Escola de Projetos apresenta Estudo Consolidado dos Planos Municipais de Saneamento Básico da Bacia do Rio Doce

O acesso ao saneamento básico é um direito universal e essencial para a promoção da saúde pública e da sustentabilidade ambiental. Nesse contexto, a equipe da Escola de Projetos da AGEDOCE — uma iniciativa prevista no Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Doce (PIRH Doce) — concluiu o Estudo Consolidado dos Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSBs) dos municípios inseridos na bacia hidrográfica do Rio Doce.

Com quase 500 páginas, o estudo traz um diagnóstico abrangente das condições de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana e manejo de resíduos sólidos nos municípios das porções mineira e capixaba da bacia.

A partir da análise dos PMSBs, foram identificados os principais gargalos enfrentados pelos municípios em cada um dos quatro eixos do saneamento básico. O levantamento embasou a proposição de ações e metas a serem implementadas ao longo de um horizonte de 20 anos, visando à universalização dos serviços e à melhoria das condições de vida da população, especialmente no que diz respeito à saúde pública e à proteção dos recursos hídricos.

Segundo o estudo, dos 211 municípios com sede localizada na bacia do Rio Doce, 210 já possuem seus PMSBs finalizados. No entanto, muitos desses planos enfrentam desafios importantes, como propostas mal estruturadas, excesso de ações previstas, cronogramas pouco realistas e orçamentos incompatíveis, o que dificulta sua execução prática.

Diante desse cenário, o estudo apresenta recomendações específicas para cada eixo do saneamento, com o objetivo de orientar gestores e tomadores de decisão na superação desses obstáculos.

A contribuição acadêmica como diferencial do estudo

O trabalho contou com a participação do professor Gláucio Marcelino, da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) – campus Itabira, que também atua como conselheiro no CBH Piracicaba. “Após muito trabalho em equipe, pesquisas, aplicação de questionários e diversas revisões, finalizamos um diagnóstico robusto que resultou neste estudo consolidado dos PMSBs dos municípios da bacia do Rio Doce. Um trabalho pautado pela ciência, por informações qualificadas e pela busca pela excelência”, destacou o professor.

Gláucio também ressaltou a importância da parceria institucional: “A colaboração entre AGEDOCE e UNIFEI concretiza um cenário de transparência e compromisso público. O documento apresenta não apenas o status dos planos municipais, mas também a certeza de que parcerias sérias e orientadas por resultados são fundamentais para avançarmos na universalização do saneamento básico no Brasil”.

A elaboração do estudo também contou com o engajamento de estagiários do curso de Engenharia Ambiental da UNIFEI: Fernanda Kelly, Lívia Maria, Otávio Augusto, Pedro Augusto e Phillip de Souza. Durante cerca de um ano, a equipe da Escola de Projetos analisou os PMSBs dos municípios da bacia, identificando fragilidades e apontando caminhos de melhoria.

“Esse trabalho foi transformado em um diagnóstico consolidado e gerou a produção de artigos técnicos apresentados no 33º Congresso da ABES e na FITABES, em Brasília. Além de dar visibilidade ao nosso trabalho, reforçamos a relevância da atuação da AGEDOCE na gestão da bacia e mostramos como o esforço coletivo pode gerar resultados concretos”, destacou a aluna Fernanda Kelly.

Pedro Augusto complementou: “Durante o estágio, recebemos apoio técnico, mas também liberdade para tomar decisões e construir coletivamente os rumos do trabalho. A Escola de Projetos foi essencial para o meu crescimento pessoal e profissional, proporcionando uma experiência transformadora”.

Para Adriano Ferreira, técnico da Escola de Projetos, a participação dos estagiários representa o fechamento de um ciclo de aprendizado significativo. “Ao longo do estágio, os alunos tiveram a oportunidade de entender, na prática, os desafios do saneamento básico na bacia do Rio Doce. Desenvolveram estudos aplicados, aprofundaram seus conhecimentos sobre os sistemas e, em alguns casos, chegaram a propor soluções viáveis”, concluiu.

O Estudo Consolidado dos Planos Municipais de Saneamento Básico dos municípios inseridos na bacia hidrográfica do Rio Doce está disponível ao público e pode ser acessado por meio deste link.