Situação do Rio Doce é discutida durante 2º Encontro Estadual de Comitês de Bacias do Espírito Santo

05/07

Encontro realizado na quarta-feira (05), também abordou a gestão de recursos hídricos no estado

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Para discutir a gestão de recursos hídricos no estado do Espírito Santo, membros dos comitês capixabas que compõem a Bacia Hidrográfica do Rio Doce, juntamente com outros comitês do estado, se reuniram na última quarta-feira (05), no auditório da Rede Gazeta, em Vitória, para o 2º Encontro Estadual de Bacias Hidrográficas (Enecob). O encontro, promovido pela Rede Gazeta, faz parte de uma série de ações planejadas e executadas pela empresa de comunicação em prol da conservação e preservação dos recursos hídricos no estado. “Nosso compromisso está relacionado ao desenvolvimento da comunidade capixaba e sabemos que todos nós dependemos da oferta de água em quantidade e qualidade, por isso, estamos fortemente envolvidos nesta causa. Precisamos cuidar das nossas águas”, enfatizou, durante a abertura do evento, a diretora de desenvolvimento institucional da Rede Gazeta, Letícia Lindenberg.

No estado do Espírito Santo, principalmente nas regiões Norte e Noroeste, foram identificados diversos eventos críticos envolvendo o abastecimento humano e agrícola nos últimos anos, sendo o principal deles a crise hídrica de 2015. Para o atual presidente do Fórum Capixaba de Bacias Hidrográficas, Élio de Castro, é preciso maior participação da comunidade nas ações desenvolvidas pelos CBHs. “É de dentro do Comitê de Bacia Hidrográfica que saem a ideias e ações para minimizar a falta de água. O comitê é a instância para cobrar a efetiva gestão dos recursos hídricos e garantir água para todos”, comenta Castro.

Marcaram presença no evento, o vice-governador do Espírito Santo, César Calnago; o secretário estadual de agricultura, Octaciano Neto; o secretário estadual do meio ambiente e recursos hídricos, Aladim Cerqueira; o diretor presidente da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Paulo Paim; secretário geral do Fórum Capixaba de CBHs, Paulo Breda;  o presidente da Associação dos Usuários de Recursos Hídricos do ES, João Lages Neto; o presidente do conselho administrativo da Agência de Bacias PCJ Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí de São Paulo, Paulo Tínel; o diretor geral do IBIO – entidade delegatária e equiparada às funções de agência de águas da Bacia do Rio Doce – Ricardo Valory; Eduardo Figueiredo, diretor presidente do IBIO e outros.

CBHs 

Durante abertura do encontro, os presidentes/representantes apresentaram a atual situação dos comitês capixabas que integram a Bacia do Rio Doce, bem como as dificuldades enfrentadas e os avanços já alcançados em cada região. Confira abaixo os relatos de cada comitê:

CBH-Guandu 

“A Bacia do Rio Guandu, como todas as outras do Rio Doce, enfrenta a crise hídrica e a falta de água para a irrigação. Porém, apesar de todos os desafios, estamos dando um passo importante na gestão dos nossos recursos hídricos: a implantação da cobrança pelo uso da água. Seremos pioneiros nesse mecanismo em todo o estado”.

Kamila Vilas Pessotti Rodrigues – presidente do CBH-Guandu

CBH-Santa Maria do Doce

“Vivenciamos em nossa bacia diversos eventos críticos. Em 2015, enfrentamos a maior crise hídrica da história, seguida do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana/MG, que atingiu toda a Bacia do Rio Doce. Mas, isso não significa que nossos cursos d’água morreram, ao contrário. Nós, dos comitês, inclusive o CBH-Santa Maria do Doce, no qual estou secretário executivo, temos que nos manter fortes e unidos para continuar lutando em prol da quantidade e qualidade da água”.

Leonardo Deptulski – presidente do CBH-Doce e secretário executivo do CBH-Santa Maria do Doce

CBH-Santa Joana

“Somos o mais novo comitê criado na Bacia do Rio Doce. Nossa falta de experiência não irá prejudicar nossos trabalhos. Queremos manter o foco na recuperação do Santa Joana que, assim como todos os outros comitês do estado, vem enfrentando a crise hídrica”.

Dhara Hibrya Pagel – presidente do CBH-Santa Joana

CBH-Pontões

“O Comitê das Bacias Hidrográficas Pontões e Lagoas do Rio Doce é resultado da ampliação do CBH-São José, que passou a abranger integralmente seis municípios e, parcialmente, outras oito cidades. Temos recursos alocados para os programas: Controle de Atividades Geradoras de Sedimentos (P12), Expansão do Saneamento Rural (P42), Recomposição de APPs e Nascentes (P52), Disponibilidade Hídrica (P21), Universalização do Saneamento (P41) e outros. Agora, precisamos reunir todos os envolvidos na gestão para colocarmos em prática”,

Antônio Ruy Junior – presidente do CBH-Pontões e Lagoas do Rio Doce

“O produtor rural se assusta quando falamos em implementar a cobrança pelo uso da água. Porém, sabemos que a cobrança trará inúmeros benefícios, pois o recurso será investido na realização de ações em prol das nossas águas. Os membros dos comitê de bacia precisam abraçar a causa.

Celeste Stoco – ex-presidente e atual conselheiro do CBH-Pontões e Lagoas do Rio Doce

CBH- Barra Seca

 “Nosso comitê não é feito somente por mim, como presidente. É composto por toda diretoria, pelos membros e pela comunidade que se interessa pelas nossas atividades. Nós, que estamos na região da Foz do Rio Doce, somos na maioria produtores rurais. Trabalhadores que dão o sangue para agricultura e pecuária e lutam, diariamente, contra a falta de água”.

Dolores Colle – presidente do CBH-Barra Seca e Foz do Rio Doce

Gestão de Recursos Hídricos

O presidente do Conselho Administrativo da Agência de Bacias Piracicaba-Capivari-Jundiaí (PCJ), Paulo Roberto Tínel, foi convidado para apresentar a experiência de implantação da cobrança pelo uso da água na região, já que, em 2006, o Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios PCJ, em São Paulo, tornou-se o segundo do país a implementar a cobrança. “Atualmente, arrecada-se cerca de R$ 40 milhões por ano, dinheiro que é aplicado em projetos de reuso da água e incentivo à preservação ambiental”, comentou Tínel.

Já o diretor geral do IBIO – entidade delegatária e equiparada às funções de agência de águas da Bacia do Rio Doce-, Ricardo Valory, apresentou a atual situação na Bacia do Rio Doce que, em sua parte mineira, possui a cobrança implantada desde 2012. “É um desafio trabalhar em toda na bacia, pois somos um comitê de integração. Mantemos o equilíbrio na distribuição dos recursos. A lei mineira diz que o recurso somente pode ser aplicado na bacia em que foi gerado. Já o recurso federal é distribuído em toda a extensão da Bacia do Rio Doce. Queremos equalizar essa distribuição de recursos e incluir os comitês capixabas”, explicou Valory. Ele apresentou, ainda, os programas desenvolvidos pelos comitês afluentes do Rio Doce e destacou os resultados da parceria entre os CBHs capixabas e o Governo Estadual no pagamento por serviços ambientais prestados pelos produtores rurais. Veja no site:

Coube ao Aladim Cerqueira, secretário estadual do meio ambiente e recursos hídricos, apresentar o Programa Reflorestar, iniciativa do Governo Estadual cujo objetivo é promover a restauração do ciclo hidrológico por meio da conservação e recuperação da cobertura florestal, com geração de oportunidades e renda para o produtor rural, estimulando a adoção de práticas de uso sustentável dos solos.

“A meta é recuperar 80 mil hectares até 2018, por meio de ações de restauração e conservação da vegetação nativa, combatendo o desmatamento e investindo em arranjos florestais de uso sustentável, conforme previsto pelo Governo do Estado no Planejamento Estratégico 2015/2018”, comentou Aladim.

 

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