Governador Valadares foi sede da primeira reunião da Câmara Técnica de Gestão de Eventos Críticos (CTGEC) do CBH Doce em 2025. O encontro, que foi realizado no dia 25 de abril, na sede da Agedoce, reuniu membros da câmara e representantes dos órgãos gestores para tratar de assuntos referentes à operação do Sistema de Alerta, gestão de eventos críticos, ao período de estiagem e ao acompanhamento dos programas 6, 7 e 8 do Plano Integrado de Recursos Hídricos (PIRH Doce).
À convite da CTGEC, o pesquisador em geociências do Serviço Geológico Brasileiro (SGB) responsável pela operação do SAH Doce, Bernardo Oliveira, fez uma breve apresentação do Sistema de Previsão de Vazões e Níveis da Bacia do Rio Doce, lançado em agosto de 2024, durante seminário promovido pelo CBH Doce, em Governador Valadares.
Bernardo explicou que o modelo passou por um período de calibragem e teste a fim de garantir a precisão dos resultados“Entre o período de novembro de 2023 até março deste ano, optamos em utilizar o Sistema de forma quantitativa, sem divulgar os resultados para o público externo. Por isso, a operação da nova ferramenta foi iniciada a partir deste ano”, detalhou.
O Sistema de Previsão de Vazões e Níveis da Bacia Hidrográfica do Rio Doce foi desenvolvido pelo CBH Doce, que aportou R$ 1,3 milhão para a criação da ferramenta. A expectativa é realizar previsões com até 14 dias de antecedência. “A ideia é começar a operar a nova ferramenta a partir do início do período chuvoso, com a divulgação de boletins semanais. Os boletins apoiam medidas para garantir a segurança da população e prevenir desastres, o que representa mais tempo para que sejam tomadas medidas que reduzam os impactos das enchentes. No entanto, é um trabalho complexo, que demanda tempo e muitas checagens”, afirmou Bernardo.
Para o presidente do CBH Doce e membro da CTGEC, José Carlos Loss Júnior, antes da nova ferramenta ser operada, é preciso levar em conta a localização de cada município monitorado. “Interessante saber qual é o tempo de resposta para a possibilidade de inundação. É importante a gente discutir qual será a capacidade de cada município ao executar um plano de contingência seguindo o monitoramento do Sistema de Alerta”, questionou.
Durante a reunião, Lucinha Teixeira, presidente da CTGEC, também questionou sobre as cores das cotas de inundação da plataforma SACE/SGB. De acordo com Lucinha, o modelo atual ainda pode gerar dúvidas para os coordenadores das Defesas Civis. “É preciso atualizar a divulgação dos boletins de monitoramento. Muitos coordenadores das Defesas Civis não sabem interpretar as cores das cotas de inundação. Já está no nosso planejamento uma reunião com os municípios, prevista para acontecer em agosto, com a participação do SGB, para explicar sobre a interpretação dos mapas, do Sistema de Alerta e sobre a comunicação com os municípios durante o período chuvoso”, disse.
Atualização dos programas de Segurança Hídrica e Eventos Críticos
Na sequência da reunião, a Escola de Projetos da Agedoce atualizou o status de implantação dos Programas 6, 7 e 8 do PIRH Doce.
O programa 6 é destinado a fiscalização dos usos de recursos hídricos nos corpos d’ água de domínio da União e dos estados, por meio da verificação do cumprimento de termos e condições previstas na outorga e em regulamentos específicos. Dentro das metas do programa está previsto a realização de um seminário em ambiente virtual, voltado para membros do CBH Doce e comitês afluentes para apresentar resultados relacionados aos usos dos recursos hídricos.
Na sequência, foi apresentado o status do Programa de Monitoramento Hidrometeorológico. Dentro das metas previstas para 2025, destaque para definição de estratégias de implementação de monitoramento hidrológico qualitativo na bacia, contemplando informações como localização, parâmetros e outros aspectos operacionais.
Por fim, foi apresentado o programa de Segurança Hídrica e Eventos Críticos. De acordo com o técnico da Escola de Projetos, Adriano Batista, o objetivo do programa é reduzir a vulnerabilidade hídrica da Bacia do Rio Doce durante os períodos de estiagem. “Desde 2014, a Bacia do Rio Doce vem sofrendo com longos períodos de estiagem. Neste sentido, o programa converge diretamente com o contrato de gestão da ANA, no qual foram selecionados onze municípios, que apresentaram índice de comprometimento hídrico elevado. Dentro dos recursos disponíveis, foi possível contemplar os 11 municípios para aumentar a disponibilidade hídrica com recursos do comitê. Finalizado a elaboração dos projetos, partimos para a execução das obras, que ainda não foram concluídas ”, explicou Adriano. O valor total do investimento aplicado pelo CBH Doce nos 11 municípios contemplados pelo programa 8 foi de mais de R$ 52 milhões.
Encaminhamentos
A próxima reunião da CTGEC ficou agendada para o dia 17 de maio para discutir sobre o Sistema de Alerta e, no dia 16 de julho, o grupo se reúne para discutir sobre monitoramento dos Programas 6 e 7 do PIRH.
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